- Área: 150 m²
- Ano: 2015
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Fotografias:beyond-architects
Descrição enviada pela equipe de projeto. O espaço original era um antigo armazém, localizado em Lisboa, e a necessitar de uma remodelação total. O espaço tinha sido anteriormente uma fábrica de cortiça que produzia rolhas para garrafas. A reinvenção da memória do espaço guiou-nos através de todo o processo de concepção.
A nossa intervenção foi total e global, desde o interior até ao exterior, uma vez que o objectivo era a construção de um espaço de Cowork, com mesas de trabalho partilhadas e uma sala polivalente. Começámos este projeto em 2014, e a construção desenvolveu-se durante o presente ano de 2015, e o espaço abriu ao público em Setembro.
O desafio de qualquer reabilitação é o de tirar partido das qualidades espaciais existentes e permitir o aparecimento de outras, num processo de minucia e detalhe, de forma a que o resultado final seja mais do que um mero gesto de recuperar o que foi perdido com o tempo.
O conceito principal do projeto parte da ideia de que espaços de cowork são espaços com uma identidade global, porém, o uso e a pós caracterização do espaço é alcançada por diversas outras entidades, diferentes entre si, tais como pequenas empresas ou freelancers. Esse foi o ponto de partida do processo de design.
O espaço era amplo (150m2), e tinha um pé-direito elevado (4.30m), que optámos por preservar, o que em conjunto, deu ao espaço uma sensação de amplitude e escala. Os vãos originais do espaço eram de reduzida dimensão e elevados relativamente ao pavimento, tornando impossível gerar vistas para o exterior e, naturalmente, a luz não era suficiente para um espaço de escritórios. Basicamente, a intervenção pode ser resumida em cinco pontos chave:
1 – Abertura de novos vãos de grande dimensão, compatíveis com a necessidade de luz e vistas. A sua localização originou uma maior profundidade ao espaço, iluminando-o na sua totalidade e assumindo um papel fundamental no projeto, resolvendo funcionalidade e conforto;
2 – Introdução de todos os serviços necessários, tais como, recepção, copa, arrumos e instalações sanitárias, de forma a que o amplo espaço original ficasse agora dividido em dois amplos espaços, o espaço de cowork e a sala multiusos;
3 – Introdução de uma nova materialidade interior para criar uma identidade global, utilizando madeira como uma forma de recordar a anterior ocupação do espaço, a fábrica de cortiça;
4 – Uma nova materialidade é adicionada à fachada, utilizando painéis de cimento, criando uma nova unidade e identidade para o escritório;
5 – Unificar todos os anterior gestos e materialidades através do design, com um padrão original em todos os novos elementos, tais como o vidro, madeira e painéis de cimento. Este novo padrão é desenhado com base na ideia de que o espaço de cowork tem uma unidade e identidade global composta por diversos elementos diferentes.
Em resumo, a materialidade do espaço é a madeira, que representa o cenário que divide os serviços e a sala polivalente do open-space do espaço de cowork. Ao nível do pavimento, e uma vez que o plano de madeira é o elemento principal do espaço, utilizámos uma pintura continua, tal como as paredes envolventes são pintadas de branco.
A simplicidade das paredes e do pavimento funcionam como elementos contrastantes e de suporte à rica e vibrante parede de madeira. No exterior, uma fachada continua de painéis de cimento, com a mesma estratégia de design da parede de madeira do interior e dos novos vãos de vidro, unifica todo o escritório e cria uma sensação de coerência e identidade global ao projeto.